domingo, 17 de maio de 2009

EUTANÁSIA, ÚLTIMO ATO DE AMOR






Uma das nossas maiores preocupações com nossos cachorros é sem dúvida seu bem-estar. Nisso está incluído uma série de coisas, como sua felicidade, conforto, saúde, e por aí vai...

Tudo anda muito bem obrigado quando ele está em perfeita condições de saúde, ou quando qualquer doença é tratada com um simples remédio e tudo logo volta a ficar bem como antes.

Sabemos que a medicina veterinária, apesar de ser muito mais avançada que dez anos atrás, ainda não é comparada à medicina humana, ainda mais levando em consideração que não temos o hábito de fazer um "check up" em nosso animal, fazendo com que quando detectamos alguma doença mais séria, essa já esteja em um estágio normalmente mais avançado.

E foi isso que aconteceu com o meu whippet Paco.

Há dois meses atrás, percebi uma bolinhas no seu pescoço, tamanho de uma acerola para você ter uma idéia, não provocava dor, ele comia normal, estava feliz, e nada de errado além dessas bolinhas. No mesmo dia levei-o ao veterinário, que de cara ja me adiantou o diagnóstico, apesar de ter me solicitado todos os exames possíveis e existentes.

Os exames saíram e o Doutor estava certo: Linfonódulos.

Mas não parou por aí, além das bolinhas no pescoço (eram cinco), ele também tinha na parte inferior da coxa e também algumas na região abdominal, dentro da sua barriga.

Eu que já vi e passei por quase tudo de doença de cachorro, essa era uma novidade, e como toda doença que a gente não conhece, a gente se desespera e pensa o pior.

O tratamento era igual em ser humano, não tinha como escapar da quimioterapia, e assim foi feito. Protocolo de uma vez por semana durante seis semanas, soro na veia com a medicação e paralelo a isso, quimioterapia em comprimidos.

Para quem não sabe, a quimioterapia em animais não faz cair o pelo, mas provoca vômitos e um pouco de mal-estar, mas com o tempo isso foi diminuindo.

Na primeira semana da quimioterapia, as bolinhas do pescoço já tinham diminuído muito, eu estava super feliz, porque o veterinário tinha me adiantado que o sucesso desse tipo de tratamento dependia muito do animal, cada um reage de um jeito, alguns vivem bem até dois anos, outros não passam de dois meses, então eu estava muito esperançoso.

O protocolo de seis semanas chegou ao fim, agora tinha um descanso de mais seis semanas sem a quimioterapia no soro, apenas medicação em comprimidos, para depois voltar mais seis semanas e assim sucessivamente, durante um ano !

Na mesma semana que acabou o primeiro protocolo de quimioterapia, ele deixou de comer, apenas vomitava e tinha diarréia com sangue, nenhuma medicação resolveu isso, ele não comia e a cada dia definhava mais...

Um exame foi feito as pressas e o resultado foi mais decepcionante, os linfonódulos da barriga tinham aumentado em número e em tamanho, seu fígado estava maior que o normal, e já apresentava um líquido abdominal, que começava a dificultar sua respiração.

Não tinha mais o que fazer, qualquer coisa era para prolongar alguns dias de sua vida e seu sofrimento, o que não seria justo.

O que fazer nessa hora onde não se tem mais solução a não ser a assistir sua morte lenta e dolorosa ? Eutanásia ou egoísmo em não abdicar de sua compania e deixá-lo ao nosso lado por mais alguns dias sofrendo?

Sei que não queremos ver nosso melhor amigo sofrendo e nos olhando como quem quer dizer "o que está acontecendo comigo?"
Mas a decisão é dura e parece ser a mais cruel: tirar a sua vida.

Eu já havia amadurecido essa idéia e sempre pensei que quando chegasse a hora de não ter o que mais fazer, eu iria ser corajoso e optar pela a eutanásia, e assim aconteceu.

Apesar dele responder aos meus chamados, abanar o rabo, a hora era essa, ele não merecia mais sofrer por tudo de bom que ele me proporcionou, pelas infinitas horas de companhia,
demostração de amor, cabeça no travesseiro comigo, e imensa felicidade em me ver chegando em casa. Eu tinha que retribuir meu último gesto de amor, apesar de ter sido o mais difícil para mim, talvez tenha sido o gesto que mais tenha provado toda a gratidão e amor que eu tive por ele.
Se você ama seu melhor amigo, faça de tudo que a medicina veterinária permitir, mas saiba o momento em parar tudo, perceba até que ponto todo aquele seu empenho está sendo para tê-lo mais um pouco ao seu lado ou se é pelo fato de aquilo for realmente dar uma qualidade de vida a ele.

Não permita que ele sofra pelo fato de você ser egoísta.
Prove seu amor, ele também nunca gostou de ver você sofrer.

Um comentário:

  1. Minha cachorrinha está com cirrose hepatica em estado avançado. Anda com muita dificuldade, não levanta mais a cabeça ou abana o rabo, não late nem chora há 5 dias. Tomamos essa decisão que está me corroendo por dentro, mas não consigo mais imaginar minha Bianquinha tendo que ser furada de 3 em 3 dias pra tirar o líquido da barriga, ou não conseguir subir no sofá de fraqueza nas patinhas... que tristeza :'(

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